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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ausência


Ele não sabe
Que esta beleza toda
Por várias vezes
Já tirou a calma
Deste corpo moreno
Que por muitas noites
Já se estirou sozinho
Em lençóis bordados
Cheirosos
Molhados pelo choro

Ele não sabe
Que sua ausência fere
O lado vazio
Esquerdo do coração
E que ausente
O frio que a cobre
Fica bem mais frio

Que bobagem!
Ela bem sabe
Que a bela imagem
É apenas embalagem
De um esqueleto frágil
Que o espelho amigo
Adulador antigo
Não lhe reflete a alma

Será que ele sabe
Quanto é importante
Por um meigo instante
Um aperto de mão?
Será que ele sabe
Que um simples carinho
Faz dormir quietinho
O seu coração?

Ela bem sabe
-Até já lhe disse-
Que a beleza acaba
Se a alma é triste.

Poema de Janice de Bittencourt Pavan (Livro "PAIXÃO-MULHER" - pág. 27)