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sábado, 19 de junho de 2010
vida a dois
Vida a dois
Numa vida a dois, nada pode ser muito fácil. Pois , pensando bem, um rapaz aparece na vida de alguém, um quase estranho, assim como alguém aparece na vida dele de repente;ambos já feitos, já crescidos. Cada um com um histórico de vida.Decidem viver juntos,por alguma razão que os levou a esta decisão, conviver sob o mesmo teto, na mesma cama, nos corredores dos mercados, dos medos, das frustrações, das semelhanças, das diferenças... Aí, vêm os momentos de pegar mesmo pra valer, de enfrentar o dia a dia, e aí é que o cenário é verdadeiro, real, físico.
Precisamos estar imbuídos de muita paciência,compreensão, mas sobretudo de vontade de querer acertar e esta força tarefa é grande, torna-nos "super" porque viver a dois e conviver com as diferenças é um desafio que só os fortes conseguem vencer.
O amor é um sentimento que é perfeito somente vindo de mão dupla . Sentimento que precisa ser compreendido, demonstrado , falado, esparramado sobre o parceiro ou parceira. E é com amor que se pode fazer reclamações. Pois o amor verdadeiro permite ao outro a certeza de que a mostragem do certo e do errado tem razão de ser.
O viver bem a dois nem sempre vem com a mudança dos corpos , com a bagagem das núpcias. É uma tarefa constante, um redescobrir e entender as razões do outro. E principalmente entender a tarefa de partilhar dores e alegrias.
Muitas dúvidas são maximizadas porque a desconfiança assim o permitiu.Não podem morrer no silêncio.
Muitas coisas pequenas , que poderiam ser esclarecidas e não foram, podem gerar um conflito maior ou vários conflitos.
Na hora do sexo , é sexo. Sexo não deve ser usado para aproximar.
Diálogo inteligente aproxima. Daí vai nascer o desejo para o sexo. Assim é amor. Mesmo que não haja sexo.
O interesse em dar certo, traz naturalmente uma vida mais feliz. Nem sempre o silêncio significa que "ele não te ama". Muitas vezes o "eu te amo" , não encontra eco, quando é dito numa hora errada.
Amar é nunca ter que lembrar o que já foi feito, por bem ou por mal.
No começo de uma vida a dois , tudo é mistério, tudo é surpresa. Aos poucos as cortinas se abrem, dos dois lados, das duas direções. Podem surgir desencantos , mas surpresas agradáveis. Cabe a cada parceiro a tarefa de acertar as arestas, admirar o admirável e tentar ajeitar os “nem tanto”.
Conquistar ou reconquistar se for preciso, mas antes de qualquer investida, tentar descobrir o que aflige o outro.Daí, o diálogo , que surja natural, sem necessariamente com hora ou data marcada.
Se der água , luz e ar a uma planta, na dosagem certa,ela não morrerá.
Texto de Janice de Bittencourt Pavan - Registrado em 23 de abril de 2010
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